Não é fácil aprender a ‘arte’ de arte-finalista. Dentro do universo do Design ele é fundamental, mas acaba ficando em segundo plano diante do gênio criativo do criador de materiais como o gráfico ou o editoral, porém sem ele as coisas ficariam bem complicadas.

Comecei a trabalhar como Designer Gráfico em 2005 em uma estamparia aqui na periferia de Fortaleza, minha função era organizar as artes para a impressão das telas de serigrafia e foi lá que aprendi o básico de CorelDRAW (ainda estou devendo uma carta de defesa dele) e o Photoshop ainda na sua versão 7.0. Foi justamente nessa época que ouvi falar pela primeira vez de fechamento ou preparação de arquivo. O designer gráfico da loja sempre me reprendia por não “enviar o arquivo da forma correta” e eu nos meus plenos 19 anos ficava grilado por não fazer a coisa do jeito certo.

Os apontamentos que irei fazer aqui são apenas coisas que normalmente os guias de gráficas apresentam como fundamentais para receber os matérias e arquivos. Então para os designers mais experientes não existe nada necessariamente novo aqui.

1) Entenda a diferença entre RGB e CMYK

RGB é a abreviatura de um sistema de cores aditivas em que o Vermelho (Red), o Verde (Green) e o Azul (Blue) são combinados de várias formas de modo a reproduzir um largo espectro cromático. O propósito principal do sistema RGB é a reprodução de cores em dispositivos eletrônicos como monitores de TV e computador, retroprojetores, scanners e câmeras digitais, assim como na fotografia tradicional.

CMYK ou Ciano, Magenta, Yellow (Amarelo) e Key (que muitos confundem com Preto quando não é o caso) é o padrão usado para impressão. Como o CMYK que se usa na indústria gráfica é baseado na mistura de tintas sobre o papel e o CMYK usado nos sistemas de computador não passa de uma variação do RGB, nem todas as cores vistas no monitor podem ser conseguidas na impressão, uma vez que o número de possibilidade de cores CMYK (gráfico) é significamente menor que o RGB.

Eu falei mais sobre isso, o uso de cores Pantone® e um pouco sobre conversão de cores para tabela HEX no post abaixo. Super recomendado!Pra não dizer que não falei das cores #CI03Entender de cores é a tabuada do design gráficomedium.com

2) Converta arquivos em PDF/X-1a

PDF significa “Portable Document Format” ou em bom português “Formato de Documento Portátil”. Ele foi projetado para tornar os arquivos mais leves. Em seu “Novo Manual de Produção Gráfica”, David Bann (2011) explica mais:

Uma vantagem do arquivo PDF é o fato de que é difícil alterá-lo sem conhecimento especializado o que diminui a ocorrência de erros na pré-impressão ou impressão. Todavia, qualquer erro detectado no arquivo fechado deve ser informado ao designer para que ele corrija e crie um novo PDF. Por outro lado, se o fornecedor for confiável, modificações e emendas podem ser feitas sem a criação de arquivos PDF completamente novos. Contudo, lembre-se de que alterações significativas devem ser inseridas tanto no original quanto no arquivo PDF (BANN, 2011)

Olha o que acontece quando a pessoa é super organizadinha como a minha amiga Iza Machado que me enviou o ebook dela na nossa disciplina de “Livros Digitais”.

Isso sim que eu chamo de organização. 😀

3) Envie os arquivos no formato correto

Todos arquivos de um computador possui um formato. São eles que dão o caminho dos comandos de execução dos programas. No caso dos programas de edição gráfica é importante saber os quais os formatos de arquivos corretos para se enviar. Os mais conhecidos são:

CorelDRAW ➡ CDR, EPS e PDF
Adobe Ilustrator ➡ AI, EPS e PDF
Adobe Photoshop ➡ PSD, PNG, JPEG PSB e TIFF
Adobe Indesign ➡ INDD e PDF

Porém evite a todo custo enviar qualquer arquivo do pacote Office ou similares como DOC, PPT, PPX e XLS e nem Autocad (DWG), porque além de não permitir a manipulação da forma adequada não estão dentro dos padrões de impressão.

4) Cuidados com as fontes

Um cuidado redobrado deve estar nas fontes. Sempre incorpore as fontes no arquivo original ação também conhecida como transformar em curvas. fazer isso evita problemas com a possibilidade do arte-finalista ou gráfica não possuir aquele seu tipo irado que você achou no Dafont. Na dúvida mande em curvas e uma pasta com todas as fontes usadas no trabalho.

Nenhuma gráfica tem interesse em mexer na sua arte e durante o processo de construção do projeto gráfico as fontes de texto funcionam como desenhos e por isso precisam ser exatamente da forma que você as definiu. Converter sua fonte “em curvas” garante que nada seja alterado.

O que pode acontecer é a gráfica não ter aquela sua fonte super descolada. Na verdade ela não tem a obrigação de ter todas as famílias de fontes criados no mundo. Exatamente por isso é super importante você ter isso em mente quando for fechar o seu arquivo e envia-lo.

5) O tamanho do arquivo importa sim!

Dificilmente temos a real noção do tamanho de um arquivo. Arquivos muito grandes além de deixar os programas mais lentos exigem um maior cuidado na configuração de saída. porém se você entender um pouco de resolução, isso pode ajudar e muito a manipulação desde arquivos.

DPI significa “Dots per inch” (no bom português, “ponto por polegada”) que é o número de pontos individuais que existem em uma polegada linear na superfície onde a imagem é apresentada. E diferente do que a maioria de nós pensamos, menos é mais. Quanto MAIOR a arte realizada MENOS pontos por polegada são necessários. Sendo assim se ela for:

Menor que 1m² ➡ Entre 200 e 300dpi
Entre 1m² e 10m² ➡ Entre 100 e 200 dpi
Maior que 10m² ➡Menos de 100dpi

Então de onde veio aquela ideia de que arquivos para impressão devem ter 300dpi? O texto do designer Ricardo Martins para o blog Café com Galo dá uma grande esclarecida sobre isso.

Mas é importante salientar que se a imagem estiver serrilhada isso não serve de nada. Verifique a qualidade das imagens usadas e tome cuidado para o arquivo não possui mais do 300MB de tamanho, pois isso dificulta e muito o processo.

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